As primeiras vacinas que o seu bebê vai tomar na vida serão feitas ainda na maternidade – a da BCG, contra a tuberculose, e a que previne a Hepatite B são administradas nas primeiras 24 horas de vida. Daí em diante, até os 2 anos, ele irá tomar pelo menos 25 doses de vacinas, de acordo com o Calendário Básico de Vacinação da Criança do Ministério da Saúde.
Além dessas, entre as principais aplicadas nessa fase estão a tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche), que geralmente é aplicada em conjunto com a Hib (Haemophilus influenzae tipo b) e a Hepatite B, e a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). De 2006 para cá, foram introduzidas também na rede pública as vacinas rotavírus, pneumocócica (pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococos), gripe, meningocócica C (que previne a meningite meningocócica), hepatite A e varicela, tornando o programa de imunização infantil brasileiro um dos melhores do mundo.
Para a pediatra Flávia Bravo, a imunização está por trás da redução da mortalidade infantil no país, que caiu 40 % nos últimos dez anos. Mas qual o impacto direto na saúde do seu bebê? “As quebras na curva de crescimento, não raro, são provocadas por doenças. Assim, se a criança adoecer com frequência, terá o desenvolvimento prejudicado”, afirma a especialista, que é diretora da rede Vaccini, no Rio de Janeiro.
São tantas as vacinas exigidas nos primeiros 2 anos de vida, que os pais podem se confundir. Para não se perder no calendário, esquecendo ou atrasando alguma dose, é importante contar com a orientação de um pediatra. Se os pais não tiverem certeza se a criança tomou ou não uma vacina que não foi registrada na caderneta de vacinação, por exemplo, a recomendação do Ministério da Saúde é de que ela seja aplicada mesmo assim. “Como não há risco de overdose, é melhor garantir”, explica a pediatra.
Os calendários de vacinação, tanto o da rede pública quanto o da privada, têm um intervalo mínimo entre as vacinas. Eles são organizados de modo a facilitar o cumprimento dos mesmos (para os pais não terem de voltar ao posto de saúde ou à clínica de vacinação a cada mês, por exemplo), mas também levam em conta o tempo que o organismo precisa para criar uma resposta imunológica ao medicamento. Por isso, o ideal é seguir à risca as datas recomendadas. Em alguns casos, entretanto, não há problema em adiantar algumas doses em alguns dias se for necessário. Como acontece, por exemplo, quando a família vai sair de férias ou, mais raramente, a criança precisa passar por algum transplante.
Mesmo após a erradicação de diversas doenças, como a varíola e a poliomielite (nas Américas, Pacífico Ocidental e Europa), e a redução de outras como o sarampo, algumas famílias ainda questionam e até se recusam a vacinar seus filhos. O que se deve, em parte, a um estudo publicado no final dos anos 90 que associava a tríplice viral e a de sarampo a casos de autismo. Mas a pesquisa foi desmentida e outras surgiram desde então, comprovando o inverso.
Outra questão que preocupa os pais são os efeitos colaterais dos medicamentos, como febre, alergias em casos específicos e até mesmo convulsões. “Os eventos adversos, além de raros, são menos graves do que a doença em si”, alerta a pediatra. Além disso, imunizar a criança é uma questão de saúde pública, pois evita que doenças fatais ressurjam e coloquem em risco a população.
Na escola
Muitas crianças juntas em um mesmo ambiente, brincando (e levando coisas à boca…), falando pertinho uma da outra e, às vezes, até compartilhando o mesmo copo ou sanduíches, tudo isso é um ambiente propício para vírus e bactérias! Por isso, ter a carteira de vacinação do seu filho em dia é fundamental.